4/12/13

Cores e Re–Descobertas

Qual o significado da descoberta da Brasil? A exposição de José Moura-George, arquiteto e pintor português, provoca diversos sentimentos, e imaginamos através das estórias dele, o que ele não imaginou. "Terra à vista!", gritaram os estrangeiros e aportaram onde não havia porto, e talvez  milhares de índios os esperavam, armados. Ou não havia nada a não ser as terras de uma plaga sem dono cinza e verde ou azul e verde. Mas as telas do artista dizem que havia mais cores, aliás, uma explosão de cores e sensacões. O novo mundo estava ali, diante deles, e os habitantes daqui continham na alma todos os elementos do futuro em que vivemos. Foi um choque de culturas, e nós, eternos índios, também temos nossas estórias geradas diante daquelas pessoas brancas descendo dos navios com indumentárias pesadas, estórias que ainda não pintamos. Nossas indiazinhas correram de estupradores insaciáveis, eles nos sorriram, arrotaram em nossas caras, o que queriam, afinal? (Ou foi tudo o contrário.) Claro que se tem um pouco dessas visões portuguesas, afinal todos temos um pouco do sangue deles. Mas vivemos no Brasil, somos índios ainda. E por mais que tenham nos implantando chips ou corrigido nossos modos, ainda se tem a impressao de que somos impotentes. Quem sabe não queremos ser portugueses ainda hoje, e não consigamos? Descobriram aqui, sim, mas a distância entre nos é continua. Imaginar algo de mais é mesmo necessário? Exposição de Pintura: Consulado Geral de Portugal em São Paulo, 11 de abril.

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