Exposição Voar, na Galeria Nara Roesler teve coquetel de abertura ontem, dia 7. A artista plástica carioca Brigida, 53, explora aspectos do voo. Veja as fotos.
"A criança no balanço percebe a impossibilidade do voo e ainda assim aceita o
ensaio, o quase, acredita nas máquinas de voar. Sabe-se apartada da natureza,
das asas do pássaro. Gosta da velocidade. Está acostumada a buscar gangorras,
escorregas, rodas-gigantes. E o ato de rodar presentifica o ritual, como mímica
religiosa. Alegria de viver!, declarara Matisse, em roda, nu. Resta-nos
ascensores e dualidade entre elevação e queda. O corpo ganha uma das
extremidades da máquina criando a ilusão do voo. Liberados do chão, percebe-se o
torpor da luz que clareia o céu antes do nascer do sol. O lustre, a luz
artificial, o tilintar dos cristais, o mundo como encenação. Depois, o zênite, o
meio-dia, faz brilhar tão intensa a realidade, numa luminosidade que não nos
deixa enxergar. O mundo se revela sem sombras, sem simulacros. O que é preciso
para voar é a frase primeira que traz à exposição de Brígida Baltar toda esta
complexidade. Lida-se com música, encenação, teatro, dança, acrobacias, colagens
de materiais e métodos. Deixa-se o signo circular, como nos alertara Rosalind
Krauss sobre os papéis colados de Picasso, mas ajudado, aqui, por próteses
aladas.
E Brígida olha a cena, como na poesia de Fernando Pessoa: 'Aquilo a que assisto é um espetáculo com outro cenário. E aquilo a que assisto sou eu'." - comunica o site Nara Roesler. (http://www.nararoesler.com.br/textos/brigida-baltar)
E Brígida olha a cena, como na poesia de Fernando Pessoa: 'Aquilo a que assisto é um espetáculo com outro cenário. E aquilo a que assisto sou eu'." - comunica o site Nara Roesler. (http://www.nararoesler.com.br/textos/brigida-baltar)
A vertigem é a memória da gravidade |
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